terça-feira, 9 de setembro de 2014

Battlestar Galactica

No dia 3 de setembro, nos reunimos na casa do Mateus (eu, Patrick, Bill, Betinho,  Flamarion e o anfitrião, com participação especial do Dudu) para uma partida programada com antecedência de uma semana. Battlestar Galactica é um jogo que merece a programação, já que toma toda a noite. Jogamos com capacidade completa de seis jogadores, vanilla, sem expansões.

Eu particularmente estava de boa, pretendendo jogar tranquilo. Como é um jogo de semi-cooperativo, de dissimulação, dedução e blefe e eu sou normalmente muito falastrão, me marcam logo (na verdade, eu estava acusado de ser um Cylon há dias!). Queria experimentar o jogo, que não conhecida ainda.

Como cheguei um pouco atrasado, as regras já haviam sido ministradas pelo Patrick. Mas nada que não se resolvesse: em menos cinco minutos, com as explicações do Patrick peguei rapidinho as regras do jogo (que não é complicado). Basicamente o jogo se desenrola como todo cooperativo. Um jogador tem um determinado número de ações e ao final do seu turno as complicações do cenário são ativadas. Normalmente envolvem um teste de habilidade em que os jogadores como um grupo de desfazem de suas cartas (que tem valores além de habilidades específicas) tentando atingir um valor. Se falharem o revés é alto, se passarem, normalmente o revés ainda se mantém, mas em menores patamares.

A frota humana tem alguns recursos que utilizam durante a partida (combustível, comida, população, etc.) e se algum chegar a zero os humanos perdem. O que torna esse jogo interessante é justamente o elemento dos traidores, que não se sabe quem são. Por vezes, nem os próprios Cylon sabem quem são, pois em dado momento do jogo todos jogadores recebem novas cartas de identidade, em que podem se tornar Cylon de repente.

Abaixo algumas fotinhos.

Flamarion (Helo), Mateus (Lee Adama)
Bill (Starbuck)

Patrick (Gaiu Balthar) e Betinho (Chief)

Tudo sereno no espaço da frota humana...
... não por muito tempo.
Durante a pausa do jantar, tivemos um discussão acalorada de política, apenas para deixar os ânimos exaltados para partida. Acho que esse ano não tenha visto ninguém incólume às discussões eleitorais... a coisa tá pegada!

Dado momento, as acusações se elevaram e o Patrick, aplicando o MAIOR metagame que já vi alguém fazer, meteu o Betinho numa sinuca pesada. Foi tanto, que o Betinho até tirou foto das suas cartas de identidade, para provar que não era um Cylon. Não sei exatamente porque, mas aí está ela:

"You Are Not a Cylon" x2... pelo jeito definitivamente o Betinho não era um Cylon.
Considerando que a partida toda foi relatada pelo Bill em tom de narrativa, não vale eu fazer um relato mais resumido... então:



O Golpe

Enquanto dizimava todos os Raiders que apareciam, sozinha no espaço, defendendo a Galactica, Starbuck (Bill), atendia sua agenda Cylon de forma discreta. Através de ações políticas semeava a discórdia, principalmente entre Gaius Baltar (Patrick), o Presidente, e seu antagonista Helo (Flamarion). Insubordinada por natureza, ela não podia arriscar arcar com a mínima desconfiança sobre seu caráter, sob pena de ser facilmente mandada ao Brigue (Prisão), o que inevitavelmente custaria seu objetivo maior.

Starbuck aguardava pacientemento o momento certo para tomar ações mais contundentes, que acabariam por revelar sua verdadeira identidade. Esse momento chegou quando teve a oportunidade de trancar Helo no Brigue, fazendo parecer que agia com consentimento da tripulação da Battlestar e por ordem expressa do Presidente. Como alguém naquele momento precisava ir para a prisão, o escolhido fora Flamarion. A idéia era que logo em seguida ele abriria moção à sua soltura, achava ele, que com esse sacrifício estaria demonstrando lealdade aos humanos.


Entretanto o próximo passo do plano de Starbucks seria sabotar a libertação de Helo, evidenciando a existência de um Cylon infiltrado e aumentando mais do que nunca a desconfiança sobre o mais poderoso humano, o próprio presidente.


Logo em seguida, outro integrante do alto comando se mostraria traidor. William Adama (Vitto), o Almirante é revelado Cylon simpatizante e abandona a Galactica. Ainda: como seu sucessor natural estava na prisão, o papel de Almirante foi assumido pelo terceiro na linha, Lee Adama (Mateus) que não inspirava muita confiança.

Era hora do golpe final. Starbuck (Bill) revela sua verdadeira identidade e como última ação manda Chief (Betinho), o Engenheiro, para a prisão. Nesse momento os humanos viram-se em menos de uma rodada reduzidos a 4, sendo que dois: Falamarion e Betinho estavam presos, e pouco podiam agir.


Os presos continuariam nessa condição por um bom tempo. Enquanto isso a tripulação ativa, extremamente reduzida, via pouco a pouco seus recursos se esvaindo e as defesas da Battlestar e as naves Civis sendo quebradas. Sob todos esses reveses os humanos ainda não confiavam em si mesmos - nem no Engenheiro; nem no Almirante; nem no próprio Presidente.


Starbuck observava tudo isso de fora da nave. Tinha o poder de revelar mais um Cylon dentre a tripulação, mas concluiu que nenhum dos que restavam era merecedor disso, todos deveriam ter o mesmo fim. A natureza egoísta humana aflorava: apesar de estarem assistindo a sua raça sendo dizimada, todos eles no fundo desejavam ser Cylon. Não estavam preocupados com o destino da humanidade, mas tão somente, cada um, com sua própria glória.

Ainda distantes há mais de meio caminho do seu destino final - a Terra, os humanos já estavam com seu destino selado - a Aniquilação.


por Starbuck

O jogo é muito bom, mas particularmente, para um jogo de dedução acho que prefiro os jogos mais rápidos como The Resistance ou Coup, mas jogo BSG a qualquer momento, precisa apenas ter parcerias!

Era o que tínhamos para hoje!

4 comentários:

Betinho disse...

Patrick disse "se tu for Cylon tu nunca mais sai do brig em nenhum BSG que jogar comigo." Dai eu tirei a foto para comprovar que aquela hora eu não era(visto que tudo pode mudar ao desenrolar do jogo).

Aline Costa disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Aline Costa disse...

BSG é muito bom. Foi um dos meus primeiros jogos e ainda continua como um dos favoritos. Gostei bastante do relato, apesar da blasfêmia no final. XD

Ubiratã de Oliveira disse...

Muito legal o post e a narrativa...achei o jogo bem temático inclusive no quesito personagens...a Strabuck no jogo e no filme são muuuito parecidas embora eu prefira a do filme...kkkkk

Braços