terça-feira, 26 de janeiro de 2016

Container: Os Atravessadores do Capitalismo

Segunda-feira não costuma empolgar as pessoas, mas pelo menos aqui é dia de joga! Dessa vez cinco guerreiros encararam uma disputa econômica das boas.
O jogo: Container. Out of print (fora de impressão) da saudosa e falecida Avalon Hill, Matso Games (editores de fundo de quintal) resolveu fazer uma versão homemade do excelentíssimo jogo. E deu pro gasto!


Sobre Container, é um verdadeiro tratado em defesa ao livre mercado. Você pode, construir fábricas ou armazéns para expandir a produção e a capacidade de armazenagem, adquirir produtos para comercializar no seu porto, ou comprar contêineres em portos dos adversários com o intuito de entregar em uma tal de ilha estrangeira. Ao final do jogo soma-se o dinheiro de cada um com o valor dos contêineres que ficaram na região da ilha de cada jogador e define-se o vencedor. Claro que existem várias outras regras, mecânicas e possibilidades no jogo, mas é simples, direto, porém de certa complexidade.

Quem produz ou compra é quem define o valor de venda ou revenda. Por um valor caro pode significar produto encalhado, e não há coisa pior do que não girar sua economia, observar a demanda é crucial.

Realmente é um jogo de se aproveitar das oportunidades que o mercado apresenta. Jogamos entre 5, o limite que o jogo estipula, sendo assim o controle que cada jogador tem para com o mercado é menor, a concorrência fez os preços tombarem. Pela estratégia de alguns jogadores a produção foi focada logo de início, colocando o preço das "commodites" lá pra baixo, a concorrência era grande. Logo em seguida os primeiros navios desembarcavam na ilha, aí que rola uma etapa chave do jogo. Com seu barco atracado na ilha, desencadeia um leilão onde o prêmio são os produtos contidos em seu navio, todos os outros jogadores com lances escondidos, e o dono do navio com uma importante decisão: aceitar o dinheiro do maior lance e mais o mesmo valor do banco (ou seja, o dobro do maior lance) e deixa-lo com os contêineres em sua região na ilha, ou pagar o mesmo valor ao banco e desembarcar os contêineres em sua área.


Mais para o fim do jogo a busca por produtos específicos se intensifica e o preço começa a aumentar, e são nesses momentos que um empresário desavisado pode falir e até mesmo desequilibrar o mercado. Empréstimos fazem parte do jogo e não paga-los é praticamente abdicar da vitória.

Que estilo é esse? rock n' roll ou funk?
O jogo é uma ótima introdução as idéias de mercado e economia, vale a pena conferir com 3 ou 4 jogadores para ver como se comporta o mercado, até quem sabe a formação de carteis. Existe a possibilidade de um jogador fazer jogadas muito favoráveis a outros jogadores e desbalancear um pouco o jogo (típico produtor do jogo Puerto Rico), mas cabe os outros jogadores mudar o peso dessa balança. Bem-vindo ao capitalismo selvagem.

Container: Bill, Bira, Mateus, Rodrigo, Solon

terça-feira, 19 de janeiro de 2016

Corrida de Camelos Coloniais

A joga é de segunda, mas a parceria é de primeira. Éramos 6 em mais uma tarde/noite quente de Forno Alegre.

Iniciamos com o Camel Up, lançado pela Conclave no Brasil, o jogo é uma corrida divertida e cheia de apostas. Os camelos pegam caronas nos outros e apostar no vencedor tem lá seus desafios. Jogo simples, rápido bem produzido e o mais importante divertido.



Então com 6 jogadores a opção foi repetir o Colonial da semana passada. O jogo com sua capacidade total (6 jogadores) se apresentou bastante apertado, muitas rotas comerciais e a disputa por territórios bem acirrada. Para quem não conferiu qualé do jogo é só conferir aqui.

O que ficou evidente foi a força da sorte em alguns momentos, até porque o jogo é uma corrida para pagar as contas e recolher prestígio, em uma partida de 6 jogadores, qualquer atraso pode te deixar como mero retarda talho.


Programar suas jogadas tem um papel fundamental, aí encaixa perfeitamente as teorias de Maquiavel, em sua principal obra, o príncipe, sobre Virtú e Fortuna, vale a pena pesquisar. Ter a virtude de se preparar dos infortúnios da sorte é importantíssimo. Mas em Colonial não existe virtude que seja capaz de contornar certas heresias dos dados. Solon em uma de suas buscas para explorar a Austrália, conseguiu não obter nenhum sucesso em 10 dados, algo em torno de 1% de chance, sabe o que isso significa? Como diria o sábio, aquele 1% é vagabundo!

O jogo agradou até mesmo quem não venceu, para alguns houve falta de sorte, para outros planejamento. No fim desencadeou-se uma batalha épica nos mares europeus, a partida teve quase tudo do que ele se propõe, com muito metagame a partida ficou ainda mais temática. Mas no final venceu quem jogou melhor, nada mal para um jogo que tem a influência da sorte.

Camel Up: Bill, Bira, Makrakis, Mateus, Solon e Thalles
Colonial: Europe's Empires Overseas: Bill, Bira, Makrakis, Mateus, Solon e Thalles

Para quem tem um tempinho e se interessou sobre a Virtú e a Fortuna, vale ver pelo menos o começo do vídeo:



terça-feira, 12 de janeiro de 2016

Joga na Colônia

Pelo título até parece que subimos a serra gaúcha e jogamos tabuleiro regados a vinho e queijo colonial. Mas na verdade o que viu mesa foi Colonial: Europe's Empires Overseas.



Jogo relativamente recente que apresenta grande parte das características da Era moderna em uma reunião de amigos por cerca de 2 a 3 horas. Era das navegações, descobrimento, comércio, religião e guerras, tempos intensos na história da humanidade e pinceladas de forma brilhante em Colonial.

A Idade Moderna tem como característica a substituição da ideia de Feudos para a consolidação dos países, cada jogador assume uma nação (Portugal, Espanha, França, Grã-Bretanha ou Holanda) e busca por riqueza e prestígio.

Vence o jogo quem chegar a 10 prestígios sem dívidas no banco. Com mecânicas simples e bem encaixadas o jogo flui lentamente no começo, mas no final já se tem o domínio do que deve ser feito. Você tem 6 cartas, cada carta apresenta 2 personagem que executam diferentes ações e sua tarefa é escolher dessas 6, 5 cartas e definir a sequencia de execução dessas ações.


E a sorte? existem dados e eles garantem boas risadas e a fúria de alguns jogadores. Na hora de explorar e desvendar novos territórios a sorte está lançada, mas é minimizada por escolhas estratégicas. O jogo tem a versão básica, o que seria uma versão "família" (só se for a família Bórgia), e a opção assimétrica, onde cada nação tem um início e objetivos diferentes. Essa assimetria deixa o jogo ainda mais histórico e interessantes aos amantes do tema, porém com o ônus de aumentar a complexidade e as nuncias de regras, que já não são poucas.

Belo tabuleiro, ótima interação, imagens e mecânicas super encaixadas com a temática, Colonial: Europe's Empires Overseas brilha na adaptação da mecânica ao tema, ótimo jogo para apresentar para quem está estudando essa época de tantos eventos históricos e quem sabe refletir do porque de muitas vezes ainda parecermos estar em uma colônia.

Agora um pouco sobre a joga:

Era prometido 8 ou até mais jogadores, mas quanto mais o quorum, mais as desistências, chegado os 5 primeiros e únicos partimos para um Colonial: Europe's Empires Overseas. De cara Bira's Rules! ai vc já sabe que irá jogar um jogo totalmente novo, o jogo explicado pelo Bira sempre sai com pelo menos uma variante. Aberto o tabuleiro a pura inveja dos outros disparam: É QUE NEM WAR!


Escolhemos jogar a versão "família Borgia" do jogo, sem assimetrias tendo todas as nações iguais. A maioria dos jogadores focaram em explorar a África, enquanto que Mateus focou no oriente, afinal é descendente de japonês. 


Bill abriu com boas jogadas explorando o ouro africano e criando uma Boom City, a qual denominamos de capital do mundo, no entanto Bira logo tirou a Boom City dos poderes de Bill e mudou a capital do mundo de lugar, e foi quem mais se beneficiou com ela. Enquanto isso Solon evoluia sem muitos alardes, e Makrakis, bom, Makrakis explorava, pelo menos tentava. Os momentos mais engraçados da partida foram as rolagens de dados do Makrakis, na tentativa de encontrar territórios ricos e prósperos, as frotas portuguesas só encontravam tempestades e escorbuto. Não foram bons ventos para a turma de Cabral.

Chegando ao fim Bira, Mateus e Solon tinham chance de vencer, Bira regrou a economia e financiado pela Boom City colonizou bons locais, Mateus encontrou o caminho das índias e conseguiu pagar suas vultuosas dívidas, Solon foi descobrindo e colonizando regiões pelo mapa e já conseguia enxergar o fim de suas dívidas com o tesouro.

Colonial: Europe's Empires Overseas: Bill, Bira, Makrakis, Mateus e Solon


quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

The Gallerist: A impressionante Arte dos Jogos de Tabuleiro Modernos


"Arte é a atividade humana ligada a manifestações de ordem estética, feita por artistas a partir de percepção, emoções e ideias, com o objetivo de estimular esse interesse de consciência em um ou mais espectadores, e cada obra de arte possui um significado único e diferente." (http://www.significados.com.br/arte/)

Na verdade o mundo de pinturas, esculturas em museus e bienais nos parece muito excêntrico e coisa de burguês rico que não tem preocupação com as faturas do fim de mês.

Pagar fortunas em jogos de tabuleiro obras de arte para muitos parece uma simples loucura, mas quem nunca ficou surpreendido com uma bela pintura ou impressionado com uma escultura. Mas o que define uma obra prima ou uma tentativa frustrada de expressão? Difícil. Um drible de futebol ou uma agradável melodia é até mais fácil de identificar a beleza, mas ainda há quem diga que nada vale uma finta se não houver gol, ou quem prefira uma música de uma nota só a sinfonias eternizadas nos mais diversos instrumentos.

A arte é realmente um tema realmente amplo, mas em The Gallerist estamos para vender arte e não para criá-la. Se sua intenção é "sentir" a arte é provável que tenha a sensação de estar em frente a um quadro surrealista.

Em The Gallerist cada jogador tem uma galeria de arte com funcionários que estão atrás de obras de artistas em ascensão com a simples intenção de faturar money. O jogo apresenta regras claras, e muitas alternativas. São tantas possibilidades que uma ação pode desencadear que é difícil já no primeiro jogo encontrar um caminho para pontuar. Chegando sua vez você tem apenas uma ação a escolher entre as 8 possíveis, mas a cadeia de efeitos é tão grande que para aqueles que querem sempre fazer a melhor jogada fica complicado quantificar todas as consequências. Até porque na primeira vez é quase impossível identificar o quão benéfica é uma ação.

The Gallerist não é um jogo onde você acaba o jogo com uma estratégia montada para a próxima partida, como o mesmo jogo se intitula, a arte da estratégia não é de fácil aprendizagem.

São tantas interligações e meandros que uma escolha de qual obra comprar se torna uma equação daquelas de repetir de ano. Vital Lacerda, autor do jogo, escolhe mecânicas como controle de área, work placement de um worker só, trilha de influência entre outras mecânicas para embaralhar a mente dos jogadores, mas sem torná-lo confuso, mas sem foco. No jogo não existe uma fase de penalidades ou algo que force o jogador a cumprir, os objetivos iniciais dão algum norte, mas nada muito enfático.

Sobre os componentes e iconografia do jogo são só elogios. Para um jogo com enfase em belas artes esse quesito cumpre seu papel com primor.

Por fim, The Gallerist é um euro bem pesado e rebuscado, regras claras porém extensas, alguns enxergarão apenas manchas feias sem sentido, outros acreditarão ter encontrado um novo talento artístico sublime e encantador.


Joga de Boas-Vindas à 2016

Dando o ponta pé inicial de 2016!
Como todo início de ano é hora de traçar objetivos, e tempo para recomeços. Então vamos ativar uma ferramenta deixada de lado depois de novas redes sociais. Enquanto o pessoal do wpp fica discutindo se as plantas sentem dor ou se Dilma cai ou não cai, aqui comentaremos o que o pessoal do Sul, mais especificamente o GameRSPoA, vem jogando.

E o ano começou bombando! As segundas-feiras prometem, a joga nipônica, como é intitulada por ter um anfitrião meio japonês anormal, começou com quase o limite de capacidade. E por mera coincidência os lançamentos da fireonboard dominaram a mesa. Uma boa oportunidade para ver se aquele jogo prometido entra na prateleira, pois 2016 promete ser um ano de ótimos lançamentos e para quem não é duque vai ter q selecionar na hora das compras.





Aqui vai o histórico das partidas:

Euphoria: Build a Better Dystopia: Bira, Mateus, Mazzola, Patrick, Riffel, Thales
2x Castles of Mad King Ludwig: Bira, Mazzola, Riffel / Bira, Mazzola, Riffel
The Gallerist: Mateus, Patrick, Solon, Thales
1st Goal: Bira, Mazzola

Como pode-se ver tem que marcar o Bira, o cara é perigoso!




Euphoria: Estamos em uma Distopia?
The Gallerist: se existe euro pesado, esse é obeso!
Castles of Mad King Ludwig: Tão louco quanto o rei
pela chegada desse jogo no Brasil




sexta-feira, 1 de janeiro de 2016

Jogas de 2015...


Uma geral das fotos acumuladas dos jogos ainda do Ano Passado...como se isso fosse tão longe...


Tinners Trail






Bruges








Quartz...boa novidade Brasileira....RECOMENDO










Survive outra boa novidade show da terrinha, RECOMENDO também...






É isso...
Feliz 2016...que o ano seja repleto de jogos, parceiras, paz, saúde e alegrias...e claro um dinheirinho pra comprar uns games!!!!